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A História do Fliperama


Quem viveu nos anos 80, 90 e início dos anos 2000 com certeza morre de saudades do fliperama. As máquinas de fliperamas, ou arcades, foram um sucesso e fizeram parte da juventude de muitos que iam até os estabelecimentos para se divertir com diferentes jogos. Atualmente é muito difícil de encontrarmos fliperamas por ai com a indústria dos video games domésticos crescendo cada vez mais por toda parte. Mas, quem viveu nesta época de ouro sabe o valor especial que tinha comprar a sua fichinha, reunir os amigos e jogar nos fliperamas.
Atualmente, entre os colecionadores, o arcade tornou-se valioso. Isso se dá devido ao seu sistema avançado para sua época e por estar presente na memória de milhares de brasileiros.

Vamos a história: 


A primeira máquina eletrônica de fliperama surgiu nos anos 70, com o lançamento do jogo Pong, projetado pelo engenheiro Allan Alcorn e comercializado pela Atari, o jogo tinha uma proposta simples, porém contagiante, baseado em jogos de pingue-pongue, e seu objetivo era apenas rebater a bolinha na tela para não deixá-la cair, o que não deixou de ser uma febre no entretenimento. 

A primeira instalação foi feita na Califórnia e, como já era de se esperar, foi um grande sucesso. 
Nolan Bushnell, criador da Atari, definiu que grande parte do sucesso do Pong se deu por ele ser multijogador. Muito da magia do jogo, e do fliperama como um todo, não estava apenas em jogar, mas na interação social que isso envolvia. Eles se tornaram pontos de encontro, locais onde se ia para conversar, rir, descontrair e conhecer pessoas.

O sucesso de Pong deixou grandes empresas dos vídeo games querendo investir também. Com o tempo passando e o fliperama cada vez mais famoso, outros jogos de fliperama foram surgindo. Entre eles, o que causou o grande "boom" dos fliperamas: Space Invaders.


Criado pelo desenvolvedor Tomohiro Nishikado e distribuído pela Taito do Japão em 1978, o jogo inspirou-se em ficções científicas como A Guerra dos Mundos e Star Wars, e possui como objetivo mover um canhão de laser em uma linha horizontal para atirar em alienígenas que aparecem na tela. 

Space Invaders foi o primeiro jogo a introduzir a música de uma forma mais imersiva, não apenas no início ou no final da partida, mas como um fundo musical contínuo e que variava de intensidade, acompanhando o jogador como parte de uma narrativa. Por isso e por vários outros aspectos, ele é considerado um dos jogos que mais revolucionou a indústria de games e é hoje um símbolo da cultura pop. 

Nos anos 80, nasceu o maior sucesso de toda a história dos fliperamas: o Pac-Man. Toru Iwatani, desenvolvedor da Namco, pensou o jogo com o objetivo de ser algo inovador, que fugisse das temáticas de tiro e poderia atingir um público mais amplo na época, como meninas e crianças mais novas. E o icônico “come-come” amarelo, junto aos quatro fantasmas, rapidamente conquistaram pessoas no mundo todo.


Pac-Man foi o responsável por popularizar a ideia de personagens dentro de um videogame. Cada um dos fantasmas possui nome e características individuais, que tornam a jogabilidade mais interessante. O vermelho, Blinky, quer caçar diretamente o jogador, enquanto o laranja, Clyde, se move aleatoriamente pelo labirinto. Já os fantasmas rosa e azul, Pinky e Inky, acompanham o movimento do Pac-Man em diferentes distâncias do labirinto. O sucesso do jogo foi tanto que ele é hoje dono do recorde mundial do Guiness de videogame de arcade de maior sucesso, com um total de 293.822 máquinas vendidas entre 1981 e 1987.


Já em 1991, foi lançado pela Capcom o Street Fighter II, o último grande sucesso da era de ouro dos fliperamas. Com uma gama variada de personagens, modo multiplayer, uma trilha sonora baseada no hip-hop e gráficos avançados para a época, o jogo definiu os padrões do gênero de luta, e da indústria de jogos como um todo. Além disso, como os anteriores, se tornou grande parte da cultura pop e é lembrado e jogado por muitos até hoje.


O Fliperama no Brasil



A empresa japonesa Taito se tornou conhecida pela criação do Space Invaders, no entanto, ela também é o nome mais familiar entre as crianças brasileiras das décadas de 70 e 80 quando se fala em fliperama. Isso porque quase todas as máquinas de jogos da época no Brasil vinham da Taito do Brasil. 

Um homem chamado Abraham Kogan, filho do fundador da Taito japonesa, iniciou uma empresa no Brasil chamada “Trevo Diversões Eletrônicas”, em 1968, que mudou seu nome, quatro anos depois, para “Trevo Diversões – Representante da Taito no Brasil”. Inicialmente, a empresa importava máquinas de pinball dos EUA, mas logo começou de fato sua produção dentro do País: as imitações de jogos que vinham do exterior, o que a fez ficar mais famosa.

As falsificações se tornaram muito mais populares do que as versões originais entre os brasileiros e isso causa confusão até hoje quando se tenta procurar por um determinado jogo antigo e não o encontra. Os pinballs, como Cavaleiro Negro, Zarza e Vortex são alguns dos mais lembrados e que eram “adaptações” de modelos de fora. Muitos dos videogames também vieram para cá com nomes alterados, como o Xevious, que se popularizou como Columbia, o Frogger, que se tornou Jump, e o New Rally X, que virou Stock Car no Brasil.

A empresa produziu cerca de 25.000 máquinas no país. Tal acervo foi vendido para grande número de operadores brasileiros que exploraram as máquinas durante boa parte da década seguinte.

E o que aconteceu com o Fliperama?

Com a popularização dos consoles, como o Super Nintendo e os PlayStations, jogar videogame em casa passou a ser mais viável financeiramente e a cultura do fliperama começou a se enfraquecer. Muitos estabelecimentos fecharam por não conseguirem pagar pelas máquinas, devido ao baixo movimento. No entanto, os fliperamas não morreram por completo. 

No Japão, os arcades não só ainda existem, como permaneceram acompanhando as evoluções tecnológicas e são bastante populares.


A nostalgia dos mais velhos e o gosto pelo vintage dos mais novos têm mantido, mesmo que de uma forma menor, a cultura dos jogos de fliperama. Estabelecimentos tradicionais de rua permanecem de portas abertas desde os anos 70 em alguns locais do Brasil, com clientes de todas as idades. E independente do tempo que se passe, o que mais mantém vivos os fliperamas são as lembranças que a geração que os viveu carrega: dos melhores momentos que se passaram entre aquelas máquinas barulhentas e luminosas. 

Para os mais nostálgicos, aqui no Brasil existem algumas empresas que ainda fabricam fliperamas com diversos jogos incluídos na memória. 

E você, também sente saudade dos fliperamas? Quais jogos foram mais marcantes? Conta pra gente ai nos comentários! 


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